quarta-feira, 10 de maio de 2023

Resumo preguiçoso dos contos "Bola de Sebo", "Colar de diamantes" e "O porco do Morin", todos escritos por Guy de Maupassant


"Bola de Sebo" 

 Durante ocupação prussiana na França, várias pessoas obtêm permissão para viajarem para fora de uma cidade (qual?). Dentre elas está a quem chamam de "Bola de Sebo", uma rechonchuda cortesã. Ela é descrita como atrativa pelo narrador. Todos, na carruagem a olham com desprezo. Entretanto, na pressa de viajarem, todos esqueceram de trazer provisões, exceto a cortesã, que trouxe mais do q o necessário. Embora com alguma recusa de um ou outro, todos acabam compartilhando do alimento que ela trouxera, assim como d duas garrafas d vinho. A certa altura são parados pelos prussianos e o superior deles revela, através de um subalterno, que quer um encontro com a cortesã. Ela, por escrúpulos nacionalistas, o rejeita, mas é fortemente incitada pelos companheiros de viagem, que afirmam ser o ato um tipo de heroísmo. Eles desejam sair dali o mais breve possível. Ela acaba aceitando a proposta. Depois do ato, ela volta aos companheiros, mas é enjeitada, menosprezada. Na carruagem, depois de um tempo de viagem, todos põe-se a comer com o que troxeram do tempo em que estiveram "presos" pelos prussianos e não lhe oferecem nada. Ela põe-se a chorar copiosamente. Fim. 


 "O COLAR DE DIAMANTES"
 Uma jovem moça sonha com a vida glamurosa. Seu marido, um amanuense, consegue um convite para uma festa "chic". Ele lhe dá suas economias, 400 francos (com q pretendia comprar uma arma para caçar com amigos como passa-tempo) para comprar tecido para fazer um vestido para a festa. Ela pede uma jóia p/ uma amiga abastada. A amiga mostra-lhe várias. A moça humilde escolhe um colar de diamantes. Na festa faz o maior sucesso, mas perde o colar. Depois, ela e o marido compram um novo, por 40 mil francos. Demoram, a muito custo e tempo, dez anos, para pagá-lo. A moça, já bastante carcumida pelos anos de esforço para pagar a dívida, e depois d todo esse tempo, encontra a dona do colar, para quem dez anos antes já o tinha devolvido e conta-lhe toda a história. Espantada, a amiga diz q o colar q ela havia emprestado era falso e valia mo máximo 500 francos! Fim. 


 "O Porco do Morin"
 Morin entra em um trem, vê uma moça muito bela, na casa dos 20. Ele, já com certa idade, julga q ela está lhe "dando bola" e parte pra cima tentando agarrá-la. Ela se horroriza, pede q a aujudem. Morin ñ obtem sucesso, obviamente, e moça o processa. Amigos de Morin vão à casa do pai da moça atacada para tentar desfazer o processo. Um dos amigos pergunta para a moça, em um passeio, sem q seu pai visse a situação, o q ela faria se o caso fosse com ele. Ela diz q seria diferente, pois ele ñ era tão feio. Ele começa a beijá-la, abraçá-la, coisa e tal. Os dois homens q foram tentar dissuadi-la do processo acabam por dormir na casa do pai e da moça até q a mãe dela volte de viagem. O sujeito q a beijou sai de seu quarto e dorme com ela. Assim, depois, ela acaba desistindo do processo. Tempos depois, Morin acabaria morrendo, muito deprimido com a situação. Muitos anos depois, o amigo que o ajudou, foi eleito senador ( ou era deputado?, não lembro),vai visitar um recém nomedado escrivão(?), também não lembro se era realmente um escrivão, mas possivelmente tinha posição mais alta. Uma mulher o atende, era o seu antigo caso. Ela lhe leva até o marido e este diz saber de tudo e q está muito grato pela grande ajuda prestada à sua esposa naquele caso do Morin, aquele porco! Fim.
 Guy de 

Guy de Maupassant. Bola de sebo e outros contos. Editora Globo S.A. Rio de Janeiro, 1987.

quinta-feira, 3 de novembro de 2022

LOREM IPSUM BEER


LOREM IPSUM BEER



     A primeira vz em q tomei contato com um "texto" "LOREM IPSUM" foi no encarte d'um disco do RPM. Na época, meados dos anos 90, eu andava fissurado na música da década anterior e colecionava vinis d bandas nacionais. No encarte de "Rádio Pirata- ao vivo", além das letras das músicas, havia também um texto em "latim", o tal do LOREM IPSUM. Eu, no meu delírio adolescente, e depois d ver o tal do texto, cheguei à imediata conclusão d q a música daquela época é q era boa, pois os caras manjavam até d latim! Muito tempo depois, já na universidade, descobri q o LOREM IPSUM ñ era um texto - assim, ao pé da letra, mas apenas um recurso utilizado na tipografia, desde pelo menos o séc. XVI, para encher linguiça. Os caras usavam isso para preencher um espaço q mais tarde poderia ser ocupado por um texto real. Enfim, era um modo de criar um layout do q viria a ser a publicação ou, modernamente, jornal ou qlqr outra coisa do gênero... Ainda hj a galera o usa qdo cria um site e quer apresentar uma prévia do negócio. Duvida? É só digitar aí no google p'ra conferir. 
     Bom, com todas essas informações subjacentes em minha cabeça, outro dia entrei em um bar e o atendente, com cara d bom anfitrião, já veio dizendo: "nós temos mais de trezentos 'tipos' de cerveja". Eu, impressionado com a informação, começo a olhar os cartazes em volta. Todos eles "propagandeando" biritas: Budweiser, Original, Bohemia e tantas outras mais ou menos conhecidas e também caras. Aí, de repente, não mais que de repente, deparo-me com um nome q ñ me era desconhecido, "LOREM IPSUM". "Nossa!, Lorem Ipsum! existe uma cerveja com esse nome!?" 
     Entusiasmado com a novidade, chamo o garçom e pergunto: "Aquela cerveja, vocês têm?" Ele olha para o cartaz e diz convicto: "temos". "E qto é?" Pergunto. "Temos mais d trezentas marcas de cerveja, é melhor o sr. conferir o menu." E assim o fiz, mas passei um bom tempo conferindo o bendito e ñ econtrei necas. Aí, fiquei pensando no sabor dela, e comecei a viajar na possibilidade do conteúdo ñ ser realmente acoólico, mas alguma substância misteriosa q mais tarde viesse a ser substituida por uma verdadeira cerveja... Achei até uma tal de "DELIRIUM NOCTURNUS" e outra chamada "DELIRIUM TREMENS"- só o preço delas, já era um delírio -, mas nda d encontrar a bendita "LOREM IPSUM". 
     Parei, e comecei, ali, a pensar eu a sós comigo e os meus botões. Daí me veio o estalo: me dei conta que o cartaz ñ era verdadeiro, mas uma simulação, um LOREM IPSUM. Fiquei um pouco decepcionado inicialmente, é verdade, mas em seguida comecei a rir de mim mesmo e do garçom que me garantira a existência da tal cerveja. Havíamos sido trolados por uma simulação de texto.


Aí vai o texto tradicionalmente usado, "desdazantiga" e, abaixo, o link para a fonte dele: 

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terça-feira, 5 de julho de 2022

Grandes letras do rock brasileiro

     Há vários maneiras de se determinar uma letra de uma canção como sendo de boa qualidade. Ela pode ser crítica, bem estruturada, usar de um vocabulário rico, conter elementos poéticos - como é o caso de um uso adequado das figuras de linguagem. Uma boa letra de canção pode ainda ser inovadora,  experimental e recorrer a mecanismos literários (sejam eles quais forem). Sabendo-se disso, pode-se dizer que  muita coisa é necessária para fazer parte dessa lista de canções. Contudo, procurei aqui listar canções que se aproximam do que se entende por poesia, dei privilégio ao emprego de metáforas e à fuga do linguajar comum do cotidiano, em oposição ao óbvio e que se pode empregar na fala que é usada somente para a comunicação. É um grupo de canções cujas letras são apenas para iniciados*, e elas são ininteligíveis  a quem não quiser se aprofundar nos mistérios da alquimia da palavra, podendo, inclusive, chegar à ideia absurda da falta de sentido que, obviamente, é falsa. Em suma, pretendi listar a seguir as canções que - em sua maioria - quiseram propositalmente se manifestar como arte da palavra e em que, mesmo minimamente, impera a metáfora.

*Obviamente estou a gracejar 

sábado, 3 de julho de 2010

Romanche - Suiça e o "Piz de las trais Linguas"

O Romanche é uma língua irmã da Língua Portuguesa. Também conhecida como Reto-romanche, ela é falada na Suíça, onde também se fala o alemão, o francês e o italiano. Você pode estar se perguntando: "Como um idioma, que tem a mesma origem da Língua Portuguesa pôde surgir num lugar tão distante?" Bom, acontece que o Romanche - assim como o Português - tem sua origem no latim.

O latim, como já se sabe, era a língua falada pelos romanos, que dominaram muitos lugares em volta da Península Itálica. Um desses lugares foi uma parte do território que hoje pertence à Suíça. Lá, da mistura dos idiomas falados na região e do Latim, surgiu o Romanche. Hoje em dia ela é uma das línguas oficiais da Suíça, mas nem sempre foi assim, porque só passou a ser considerado como um idioma próprio do país em 1938.

Apesar de ser uma língua oficial, é falado por pouca gente - embora, num gesto muito nobre, o governo incentive o seu uso e disponibilize aulas para as crianças que queiram aprendê-la.

Você também pode aprender algumas palavras em Romanche. Para isso basta assistir e ouvir o vídeo abaixo. Acompanhe a legenda em português abaixo do vídeo produzido por Ceniboy.



Gea - Sim
Na - Não
per plaschair - Por favor
Grazía - Obrigado
Grazía fitg - Muito obrigado
Anzi - de nada
Allegra - Olá
Bun di - Bom dia
Buna saira
- Boa tarde/noite (quando se chega)
A revair - Adeus, tchau
Chau - Tchau, até logo
A pli tard - Até mais
Quaí è siígnor - Este é o senhor...
Quaí è dunna- Esta é a senhora...
Fa plaschair - Prazer em conhecê-lo(a)
Co vai? - Como vai?
Fittg bain, grazia - Muito bem obrigado
E ti? - e você?
Bain - bem
Perstgisai - perdão (fala-se quando se está pedindo perdão)
Perdunai - Com licença
I ma displascha! - desculpe-me
Nua?- onde?
Co? - Como?
Cura? - Quando
Tge? - O que? (será que o nosso "Tchê" dos gaúchos vem daí? Tipo: má Tchê!!! = Mas o quê!!!! rs rs rs)
Pertge? - Por que?
Tgi?- Quem
Qual (m)/ Quala (f) - Quem
Nua è... - Onde é...?
Nua èn...? - Onde estão...?
Nua poss jau chattar? -Onde eu posso encontrar?
Quant luncsh ési fin a?
Quanto lung...? Quanto tempo...?
Quant/ Quants? - Quanto
In pau/Bler - pouco/muito
Dapli/Pli pauc - mais/ menos
Avunda/ Betg avunda - suficiente/insuficiente
Quant custa quest cudesch?- Quanto custa este livro?
Cura avra?- Quando abre?
Cura serra? - Quando fecha?
Co ha quai num per rumantsch? Como se diz isso em romanche?
Tge vul quai dir?- O que isso significa?
Discurras ti englais? - Você fala inglês??
Discurra insati englais - Alguém aqui fala inglês?
Jau na discur (betg) bain rumantsch. - Eu não falo (muito) bem romanche.
Hajas pazienza cun mai, per plaschair. - Tenha paciência comigo, por favor.
Pudessas ti discurrer pli palun? Tu podes falar mais devagar?
Pudessas ti repetir quai? Você pode repetir isso?
Jau chapesch- Eu entendo
Jau na chapesch betg- Eu não entendi bem
Chapeschas ti- você entendeu?
Poss ti mussar a mai? - Você pode mostra para mim?
Jau na poss betg - Pu não posso, realmente.
Poss jau gidar tai?- Posso eu te ajudar?
Pos ti manar mai a...? Você pode me levar a...?



Abaixo mais alguma palavras e frases que não estão no vídeo feito por Ceniboy:
Gratulazions - Parabéns
Bun cletg - Boa sorte
Ils quants è oz? - Que dia é hoje?
Quants onns has ti? - Quantos anos você tem?

Bibliografia:
Wikipedia. http://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%ADngua_romanche
CENIBOY. http://www.youtube.com/watch?v=xtuhgjDOxUY

sexta-feira, 25 de junho de 2010

"Adios di Macau"

Portugal já foi um grande império, na verdade o primeiro império universal do mundo, ou seja, foi a primeria nação a controlar regiões que ficavam muito além de seus domínios. Um desses territórios é Macau. Você já ouviu falar nesse lugar? Não? Bem, então vamos ao que interessa: Macau é uma região da China que já foi uma colônia de Portugal por mais de 400 anos e foi controlado por nossos patrícios até 1999.

Durante muito tempo esse lugar foi uma região comercial muito importante para os portugueses, macaenses (os nativos de Macau) e para os Chineses. Desse encontro de povos surgiu uma nova língua - o Patuá Macaense - , que até hoje é falado em naquela região e é uma mistura de Português, línguas Chinesas, malaias, cingalesas e que também tem influência do inglês, espanhol e do Tailandês.

Hoje em dia ela encontra-se em extinção. A maioria das pessoas que a usam para se comunicar já têm uma idade avançada e não existe muito incentivo para que se recupere essa língua. Os governos Chinês e Português parecem não dar muita importância para a sua preservação, mas há pessoas que deram muito valor a ela. Como exemplo, temos o escritor macaense José dos Santos Ferreira que escreveu várias obras em Patuá Macaense. Abaixo você pode ouvir um poema dele. Preste bem atenção, quem sabe você até entenda alguma coisa! Afinal, essa língua é uma das filhas da língua portuguesa.


(Adios di Macau - Poema do escritor macaense José dos Santos Ferreira, filho de um oficial português e uma moça macaense)





Capa do disco "Doce Papiá di Macau" (Falar doce de Macau) , lançado pela Tradisom World Music Portuguesa.


Mais conhecido como Adé, ele nasceu em 28 de julho de 1919 e faleceu em 24 de março de 1993 em Hong Kong. Escreveu poemas, peças de teatro e livros (entre outras coisas) em Patuá Macense.





terça-feira, 12 de janeiro de 2010

"Sem Palavras" (documentário de Kátia klock)

A jornalista Kátia klock dirigiu um documentário bastante interessande que deve despertar a curiosidade de muita gente: Os 52 minutos de "Sem Palavras" tratam do sofrimento de imigrantes e seus filhos durante a proibição do uso de sua língua na terra em que vieram morar. É impossível não se emocionar; pelo menos é assim para quem é descendente de imigrantes ou então tem ou teve alguma vivência em comunidades com alguma origem estrangeira. Nele, ela recolhe alguns depoimentos de pessoas que viveram durante a época do "Estado Novo" de Getúlio Vargas, momento em que imigrantes e seus descendentes são proibidos de manifestar sua língua e cultura no Brasil.

Aqui, quando o país entrou na Segunda Guerra, foram proibidas a expressão em línguas estrangeiras, em particular em alemão, italiano e japonês. No filme percebe-se claramente o medo que assombrou essas pessoas durante muito tempo.

Veja um trecho a seguir:



(Endereço eletrônico da diretora : katia@contraponto.tv)

O documentário se detém sobre a repressão aos imigrantes alemães e seus descendentes, é composto de várias imagens históricas e depoimentos de quem era criança naquele tempo. É muito bom e - como dizem os sites por aí - "só peca por ser tão curto".

Segue, abaixo, o vídeo completo:


terça-feira, 17 de março de 2009

Nuovomondo

Ontem postei dois cartazes que incentivavam a imigração para o Brasil, infelizmente não faço ideia do que está escrito no cartaz japonês, mas pelo fato do Português e o Italiano serem línguas "irmãs", não fica difícil entender o que foi escrito no cartaz italiano. Não sei exatamente a que data ele pertence, mesmo assim pode-se dizer que (não importando a data exata) a maioria dos imigrantes encontrou em nosso país uma realidade bem diferente daquela propagada pelos cartazes e tiveram que se virar por conta própria.
O filme "Nuovomondo" (de Emanuele Crialese) trata, de maneira divertida, o modo como uma família de imigrantes italianos via a América, o "Novo Mundo". No cartaz (ao lado) as personagens estão "megulhadas" em leite, o que seria possível na América, uma terra onde a riqueza seria abundante e, o que nela nascesse, teria um tamanho exuberante!!!!



Abaixo o Trailler (Filme bacana!):